Comprar, construir ou arrendar uma casa
é uma decisão que envolve muitas e importantes questões. Se pretende mudar de
casa, eis a altura certa para olhar para o futuro espaço de forma mais
sustentável. A Quercus elaborou uma lista de 25 sugestões, que irão contribuir
para que a sua decisão seja o mais próxima dos seus padrões de conforto,
“poupando na sua carteira” ao mesmo tempo que “poupa no ambiente”!
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A localização de um edifício é muito
importante no que respeita às necessidades térmicas do espaço interior. Estas
necessidades estão contempladas no Regulamento de Características de
Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), onde se apresentam estratégias que
contribuem significativamente para a melhoria do desempenho térmico dos
edifícios. Procure aconselhamento especializado para verificar se a casa que
vai habitar cumpre este Regulamento tanto para a situação de Verão como para a
situação de Inverno.
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Prefira um local arejado com pouco
trânsito automóvel, o que se traduz em menos poluição e, bem servido de
transportes públicos, para que os possa usar em alternativa. Se lhe for
possível habitar próximo do seu local de trabalho, desloque-se a pé. Far-lhe-á
bem à saúde e contribuirá para um ambiente mais saudável.
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O Sol é a nossa maior fonte de energia.
Tire disso o melhor proveito escolhendo uma casa maioritariamente orientada a
Sul de molde a minimizar consideravelmente as necessidades de aquecimento durante
a estação de Inverno. A radiação solar incide nas janelas de vidro e aquece de
forma natural o espaço interior.
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Durante a estação de Verão, há que
impedir o sol de incidir nas janelas voltadas a Sul, verifique se as janelas
possuem uma protecção pelo lado exterior: uma pala, persiana ou até vegetação
(de folha caduca no Inverno).
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Se a casa que vai habitar tiver janelas
orientadas a nascente (Este) ou poente (Oeste) necessita obrigatoriamente de
persianas exteriores, pois é nestas orientações que o sol incide mais
horizontalmente. É imperativo, durante a situação de Verão, correr estas
persianas, protegendo o vidro, pela manhã a Nascente e ao final da tarde a
Poente.
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O lado Norte da casa deve ser reservado
a W.C.s, arrumos, ou outras divisões que necessitem de poucas aberturas (ou
mesmo nenhuma) para o exterior. É nesta orientação que se originam grandes
perdas térmicas através do vidro durante a estação fria. Se for impossível a
escolha de uma casa sem divisões orientadas a Norte, então tenha sempre presente
esta questão.
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As fachadas envidraçadas originam
grandes ganhos térmicos na estação quente e perdas térmicas muito consideráveis
durante a estação fria, o que implica sistemas de climatização adicionais para
corrigir este efeito. A área de envidraçado de uma divisão não deve ultrapassar
15% da área de pavimento dessa divisão.
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Devemos também tirar partido do sol no
que respeita a iluminação. Prefira divisões iluminadas naturalmente para
minimizar a necessidade de iluminação artificial. Existem no mercado
equipamentos de transporte de luz natural para divisões não iluminadas. Este
“transformador de luz natural”canaliza a luz do exterior para o interior.
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Sempre que necessária a iluminação
artificial, opte por lâmpadas de baixo consumo e por iluminação localizada (só
apenas onde é de facto necessária). Esta iluminação deverá ser provida de
dispositivos para regulação do ambiente luminoso.
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Se a casa que vai habitar ainda não
possui equipamentos electrodomésticos, prefira, sempre que possível, os de
Classe A, mais eficientes no que respeita ao consumo de energia e ao contrário
do que se pensa não são necessariamente mais caros.
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A localização e orientação solar, bem
como a construção do edifício, é determinante para se ter uma casa confortável,
do ponto de vista térmico. Verifique na Ficha Técnica da Habitação (FTH) como
são as paredes exteriores do edifício. Deverá optar por soluções de parede
dupla com isolamento ou parede simples com isolamento pelo exterior da parede.
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O isolamento térmico adequado é
determinante para evitar perdas de calor no Inverno ou ganhos de calor no
Verão, mantendo assim uma temperatura constante no interior de sua casa.
Prefira um material de isolamento com um baixo índice de condutibilidade
térmica (U-value), mas com baixo teor de energia incorporada (energia consumida
desde a extracção da matéria prima até ao produto final).
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Verifique as caixilharias e o vidro.
Aquelas com corte térmico (são fabricadas de forma a promover uma redução da
transmissão térmica entre 40% a 60%) e vidro duplo são as mais indicadas do
ponto de vista de conservação de energia. No entanto, deverá optar por
caixilharias com grelhas de ventilação, para facilitar a renovação do ar.
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Dê especial importância aos materiais
utilizados, preferindo os de baixo impacte ambiental, não só na sua produção,
mas também ao longo da sua vida útil. Informe-se sobre o poder de reutilização
ou reciclagem dos materiais utilizados na sua casa.
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É importante escolher materiais
homologados e/ou com marcação CE e, nos casos mais importantes, solicitar os
certificados de conformidade de acordo com as especificações aplicáveis,
emitidos por entidades idóneas e acreditadas, seguindo as instruções dos
fabricantes para a aplicação dos mesmos.
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Verifique se a cobertura do edifício
(terraço ou telhado), está adequadamente isolada (poderá fazê-lo através da
FTH). Prefira um isolamento imputrescível e resistente à água,
preferencialmente colocado sobre a laje e sobre a camada de impermeabilização.
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Se o pavimento de sua casa estiver em
contacto com o solo, opte por isolantes térmicos imputrescíveis e resistentes à
água, ou pavimentos com caixa-de-ar e devidamente impermeabilizados para evitar
perdas térmicas ou outras patologias associadas através do solo (estas soluções
construtivas devem vir explicadas na FTH).
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A renovação do ar interior é muito
importante para que se mantenham as condições de salubridade interior nos
edifícios. Uma casa insuficientemente ventilada poderá gerar humidade através
dos vapores que se formam, afectando o conforto ou mesmo a saúde dos
habitantes. Verifique se as caixilharias possuem dispositivos que permitem a
ventilação.
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As cores utilizadas nas fachadas e
coberturas também influenciam o conforto térmico. Seja selectivo na escolha da
cor de sua casa, considerando que, as cores claras não absorvem tanto o calor
como as cores mais escuras (enquanto uma fachada branca pode absorver só 25% do
calor do sol, a mesma fachada, pintada com cor preta, pode absorver o calor do
sol em 90%).
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Se a casa que pensa habitar está provida
de equipamentos que funcionam à base de energia renovável, tanto melhor! Se vai
construir é altura de os aplicar. De entre os vários existentes no mercado
destacam-se:
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Colectores solares térmicos – Estes
equipamentos captam a energia do Sol e transformam-na em calor, permitindo
poupar até 70% da energia necessária para o aquecimento de água. O RCCTE diz
que todos os edifícios novos com condições de exposição solar adequada serão
obrigados a ter, sempre que seja tecnicamente viável.
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Painéis solares fotovoltaicos – Estes
painéis constituem uma das mais promissoras formas de aproveitamento de energia
solar. Por meio do efeito fotovoltaico, a energia contida na luz do Sol é
convertida em energia eléctrica. Estes sistemas podem ser utilizados em locais
isolados, sem rede eléctrica, ou como sistemas ligados à rede.
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Bombas de calor geotérmicas – São
sistemas que aproveitam o calor do interior da Terra para o aquecimento do
ambiente. Actuam como máquinas de transferência de calor. No Inverno, absorvem
o calor da Terra e levam-no para sua casa. No Verão, funcionam como ar
condicionado, retirando o calor de sua casa para arrefece-lo, no solo.
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Mini-turbinas eólicas – A energia do
vento acciona estes sistemas para fornecer electricidade a uma micro-escala.
Embora as micro-turbinas eólicas mais comuns sejam colocadas no terreno,
existem umas de pequena dimensão que podem ser colocadas no topo das
habitações. Podem significar uma redução do consumo de electricidade de 50% a
90%.
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Sistemas de aquecimento a biomassa – A
biomassa pressupõe o aproveitamento da matéria orgânica (resíduos provenientes
da limpeza das florestas, da agricultura e dos combustíveis resultantes da sua
transformação). Em casa, este tipo de matéria pode ser utilizada, por exemplo,
em sistemas de aquecimento, representando importantes vantagens económicas e
ambientais.
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Existem no mercado torneiras de
regulação do fluxo de água, que permitem reduzir o caudal estimulando a
poupança deste recurso. Se a casa que vai habitar não possui estas torneiras,
existem peças acessórias redutoras de caudal.
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Verifique se os autoclismos são providos
de dispositivos de dupla descarga que induzem poupança de água. (Poderá ainda
colocar quando possível, uma ou duas garrafas de água com areia no interior, dentro
do depósito do seu autoclismo. Isso significa poupar até 3 litros de água por
descarga).
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Se vai construir a sua casa e tem
terreno disponível, tem a possibilidade de a equipar com mini estações de
tratamento de água ou mini cisternas de armazenamento de águas pluviais, para
posteriores utilizações em descargas não potáveis (como regas de jardim,
autoclismos ou lavagem de automóveis).
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No caso de vir a habitar um edifício de
vários condóminos, verifique se no prédio existe espaço destinado a contentores
adequados à separação de resíduos domésticos.
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Dentro de sua própria casa opte sempre
por um depósito de resíduos domésticos com pelo menos três divisões para
estimular a separação destes resíduos.
Para
terminar, se tiver oportunidade de reabilitar em vez de construir de novo, e se
essa opção for economicamente viável, está desde logo a ter uma atitude mais
sustentável. Reabilitar um edifício existente possibilita a diminuição dos
impactes resultantes da energia associada à produção de um novo e da extracção
das respectivas matérias-primas, para além de contrariar a tendência do
crescimento urbano excessivo e a ocupação e impermeabilização de novas áreas de
solo importantes para a conservação dos valores e equilíbrios naturais e para
as várias actividades humanas!
Fonte:
http://www.quercus.pt «25 dicas para uma CASA MAIS SUSTENTÁVEL»
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